Em 2008, finalizei o curso de graduação em Dança pela Faculdade de Artes do Paraná, e para tanto, desenvolvi uma pesquisa teórico-prática onde discuto a possibilidade de um único corpo humano parecer bidimensional e fragmentado. Para esta pesquisa me baseio na teoria da Gestalt e nas atuais descobertas da neurociência ligadas a percepção, principalmente a percepção visual. A idéia principal é pesquisar como o corpo pode parecer visualmente bidimensional e fragmentado ao espectador, mesmo sem a utilização de aparatos multimídias. A pesquisa resultou em um artigo científico onde explano sobre a relação entre tória e prática corporal durante o processo, e também em uma obra artística de dança onde meu corpo se relaciona com um tecido pendurado de maneira a gerar imagens de um corpo bidimensional e fragmentado. No desenvolvimento desta pesquisa identifiquei meu trabalho com outros como: “Self Unfinished” do francês Xavier Le Roy e “OP1” da Cia brasileira Phila 7. Também estudei sobre Bauhaus, Oskar Schlemer, entre outros. “Corpo entre Fundos”, título da obra artística, teve sua estréia realizada em novembro de 2008, porém permanece em desenvolvimento já que não se trata ainda de uma obra finalizada. Pretendo continuar a pesquisá-la tentando responder a questões como: O que acontece no espaço de relação entre corpo e tecido? Como o público e o próprio corpo que dança percebe a ação deste corpo “fragmentado”?
Ainda durante este ano, desenvolvi uma pesquisa junto ao Núcleo de Pesquisa do Grupo de Dança da FAP, coordenado por Luciana Navarro. A obra se desenvolveu a partir de uma investigação coreográfica focada no estudo de posições corporais, deslocamentos, alterações de estados corporais e composição em tempo real. A partir da condição de um corpo feminino, exposto e relacional propõe-se uma reflexão sobre os limites entre as experiências do cotidiano e as construções ficcionais do corpo. Este trabalho tem influências de obras de artistas como: Vanessa Beccroft, Pipilotti Rist e Cindy Sherman. A obra composta em tempo real, e que surge a partir de uma pauta, denomina-se “Não Expor ao Sol” e iniciou-se como um trio, porém se continua no momento uma performance solo por mim explorado.
Quanto a técnicas corporais, tenho grande interesse nas técnicas somáticas, principalmente Técnica de Alexander , BMC e Método Feldenkrais. Artistas que tem me influenciado e com os quais me identifico ou simplesmente admiro, cito: Thomas Lehmen, Jérome Bell,Lalala Human Step, Pina Bausch, Dani Lima, Grupo Cena 11, Siedler Cia de Dança, Kandinsky, Lygia Clark, entre muitos outros.
Desenvolvi ainda, diversos trabalhos como produtora artística, o que me possibilitou conhecer mais de perto e aprender como funcionam os bastidores de trabalhos artísticos, desde iluminação até prestação de contas dos valores utilizados para estruturação da obra.
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